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Conheço - Gosto - Amo

Conheço – Gosto – Amo

De conhecer a amar existem vários passos e muitas diferenças. Não porque conheço amo e não porque amo, conheço.

1ª Passo
Ao serem flechados aparece o “ser” ao sujeito: se começa a analisar a atitude, o visual, a bondade, os detalhes, a beleza, etc., etc... Se começa a perceber que existe uma química, isto pode ser entre homem e mulher, entre homem e homem e mulher com mulher. Disto pode nascer uma simpatia, uma amizade ou um namoro.

Pode ser um simples fogo de palha, impressionam-se a primeira vista e nasce uma paixão. Isto é produzido por um Ego (Eros)

2º Passo
Gosto da pessoa. Aparecem os detalhes, a afetividade, observo como atua; o olhar, a face, o tipo da pessoa, a forma de ser, o sorriso.

Gostar é experimentar uma sensação ou viver uma experiência sensorial de algo que deleita. Isto seria quando se gosta de algo. Gostar vem de gosto: experimenta-se satisfação na posse do bem que deleita. Aqui existe o perigo de cair na paixão e levar para sexo. Quem ama sai de si, transcende-se, quem gosta na ação de gostar estaciona-se em si. São dois verbos em planos distintos: No gostar se quer sentir, atento, isso é Eros, ou seja, egoísmo. Muitos pensam que se consentem amam, quando na verdade gostam.

Exemplo: Sinto afeto pela família, é recíproco com amizade.

Num namoro pode ser que alguém não goste de algumas coisas no outro, ou não gosta do outro, mas permanece ao seu lado de qualquer modo. Ela pode não gostar dele, mas continua a amar e manifestar isso por nas suas ações. É um envolvimento. Dizer e fazer não são a mesma coisa.

Quando sentimo-nos atraídos, quando o outro nos torna a vida mais agradável e queremos nos servir da pessoa, isto é um perigo, pois estamos manipulando a pessoa e se pode chegar a uma prostituição.

De gostar se quer conhecer a pessoa, nasce o interesse da profundidade, são os primeiros sintomas do amor. Conheço para amar, tento entrar na pessoa, em seu ser. O amor não é uma paixão, eu posso amar uma pessoa, mas não entra paixão nenhuma. Nem sempre posso controlar o que sinto a respeito de outra pessoa, mas posso controlar como me comporto em relação à outra pessoa. Os sentimentos variam dependendo do que acontecem, os sentimentos não são o que o amor é.

3º Passo


Do conhecimento nasce o entregar-se para a chegada do amor é quando posso desprezar-me a mim mesmo para que triunfe o amor ou a pessoa amada. Daqui inicia a mudança ou a transformação da pessoa que ama, isto seria o amor de abraços (ágape) Aqui entra minha vontade de mudar em mim as coisas que devem ser mudadas para satisfazer a pessoa amada. Venço as barreiras e os obstáculos. É quando me supero e luto pela pessoa que amo.

Ao dar-me procuro o bem da pessoa amada é um ato de vontade, me interesso pela pessoa, por suas coisas, abraço a pessoa fazendo-nos um só. Sou incondicional quando me comprometo no meu comportamento com o outro, sem exigir nada em troca. Este é um amor de escolha deliberada, amor espelhado pelo comportamento e pela escolha não do sentimento de amor e sim de uma atitude.

Amo e procuro o melhor para o amado. Conheço intelectualmente a forma de amar. Amar leva a trabalhar por um bem do ser amado, a despeito de nós mesmos. Quem ama doa-se pelo bem do outro.

Muitos não amam porque não sentem o amor e o amor não se sente, se vive. Os sentimentos de amor talvez possam ser a linguagem do amor ou a expressão do amor, mas estes sentimentos não são o que o amor é.

Amo para transformar-me nele não sou eu quem vive, mas é ela quem mora em mim, é ela quem atua em mim. Já não gosto, o gostar acaba, foi. Amo, por isso sirvo.

Em nossos tempos definimos o amor mesquinhamente e na maioria das definições envolve sentimentos positivos. O descrevemos com diferentes palavras ou multifacetado, fenômeno do amor.. Assim podemos falar de amor como um Eros ou erótico e significa sentimentos baseados na atração sexual ou desejos ardentes.

Podemos desejar alguém (sexo) sem que isso signifique que queremos o seu bem, isto seria uma falsificação do amor. Compreende-se assim o equívoco em chamar de amor a qualquer relação sexual. E nisto está ausente a postura de doação com vistas a realizar o outro. Esta relação seria uma manifestação de comércio sexual. E o amor é uma realidade muito mais rica. As relações perduráveis entre homem e mulher vão além. Constroem-se mediante compromisso do amor que ultrapassa a dimensão dos afetos.

Compromisso implica fidelidade. Fidelidade é uma virtude e para ser fiel a um compromisso é necessário de se envolver outras tantas virtudes que dêem um suporte aos momentos em que os afetos desoriente. Sem virtudes é mais difícil que o amor vença o gosto. Quando apontam para direções opostas. Para ter um amor sólido por tanto, é necessário desenvolver virtudes.

Deve-se gostar e amar simultaneamente, isto se complementa, nem sempre se experimenta essa harmonização e por quê? Porque nos fazem falta estas virtudes para se antepor aos desejos de satisfação imediata. Nos falta domínio na temperança.

Ao amar vivemos a experiência da transcendência, o amor de nosso agir está fora de nós. Do amor nasce o compromisso. Do compromisso o uso da bondade isto é uma conduta onde entram as dimensões da inteligência, do respeito ao outro e o respeito à dignidade da pessoa.

Ao gostar atendemos especialmente os chamados da nossa afetividade e corporeidade. Os prazeres que são realidades que estão nos limites de nosso próprio ser. Quando me deixo levar por afetividade como a beleza, o sentimento, o deleite, o gosto, busco o prazer, o consumo, quero ter, não ser. E quando me deixo levar pela vontade carnal, pela afetividade eu cuido do desejo como o melhor para mim. O que me falta e preciso é cultivar virtudes, e para amar, é necessário merecer através de uma transformação.

Por: Pe. ALejandro Gerardo De La Garza, L.C.

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